''Meus
caros jovens, eu vos amo de todo coração, basta-me saber que sois
jovens para que vos ame profundamente". 31 de janeiro é Dia de São João
Bosco, ou Dom Bosco, como é mais conhecido. Fundador dos salesianos, é
copnsiderado o "apóstolo dos jovens", em razão de sua dedicação a
acolher e educar crianças e adolescentes, especialmente os mais pobres.
Ele ficou muito conhecido também por suas visões - como aquela que
muitos consideram como a profecia da construção de Brasília (sim, a
capital do Brasil!), cidade da qual ele é padroeiro, junto com Nossa
Senhora Aparecida.
Conheça, a seguir, um pouco mais sobre a história desse grande santo.
Nascido em Murialdo, aldeia de Castelnuovo de Asti, no Piemonte, aos
dois anos de idade faleceu-lhe o pai, Francisco Bosco. Mas, felizmente,
tinha ele como mãe Margarida Occhiena, que lembra as mulheres fortes do
Antigo Testamento. Com sua piedade profunda, capacidade de trabalho e
senso de organização, conseguiu manter a família, mesmo numa época tão
difícil para a Europa como foi a do início do século XIX, dilacerada
pelas cruentas guerras napoleônicas. João Bosco tinha um irmão, dois
anos mais velho que ele, e um meio-irmão já entrando na adolescência.
Sua Mãe ensina o caminho de santidade
A influência da mãe sobre o filho caçula foi altamente benéfica.
“Parece que a paciência e a doce firmeza de Mamãe Margarida
influenciaram São João Bosco, e que toda uma parte de sua amenidade, de
seus métodos afáveis, deve ser atribuída aos modos de sua mãe, à sua
maneira de ordenar e de prescrever, sem gritos nem tumulto. [...]
Margarida terá sido uma dessas grandes educadoras natas, que impõem sua
vontade à maneira de doce implacabilidade” [...].
“João Bosco é um entusiasta da Virgem. Mamãe Margarida lhe revelou,
pelo seu exemplo, a bondade, a ternura, a solicitude de Mamãe Maria. As
duas mães se confundem em seu coração. Dom Bosco será um dos grandes
campeões de Maria, seu edificador, seu encarregado de negócios”1.
Pleno dos dons do Espírito Santo
A Providência falava a ele, como a São José, em sonhos. Aos nove anos
teve o primeiro sonho profético, no qual — sob a figura de um grupo de
animais ferozes que, sob sua ação, vão se transformando em cordeiros e
pastores — foi-lhe mostrada sua vocação de trabalhar com a juventude
abandonada e fundar uma sociedade religiosa para dela cuidar.
Com dotes físicos e intelectuais, era um líder nato. Por isso, "se
bem que pequeno de estatura, tinha força e coragem para meter medo em
companheiros de minha idade; de tal forma que, quando havia brigas,
disputas, discussões de qualquer gênero, era eu o árbitro dos
contendores, e todos aceitavam de bom grado a sentença que eu desse”,
dirá ele em sua autobiografia. Observador como era, aprendia os truques
dos saltimbancos e prestidigitadores, de maneira a atrair seus
companheiros para seus jogos e pregação, pois desde os sete anos foi um
apóstolo entre eles.
Possuía um vivo discernimento do Espírito Santo, como ele mesmo
afirmou: "Ainda muito pequeno, já estudava o caráter de meus
companheiros. Olhava-os na face e ordinariamente descobria os propósitos
que tinham no coração”3. Essa preciosa qualidade depois o ajudaria
muito no apostolado com a juventude.
Órfão de pai, muito pobre para estudar para o sacerdócio como
pretendia, e tendo sobretudo a incompreensão do meio-irmão, que o queria
no campo, aos 12 anos a mãe lhe pôs sobre os ombros um bornal com
alguns pertences e o enviou a procurar trabalho nas fazendas vizinhas.
Assim o adolescente perambulou pela região, servindo de garçom num café,
de aprendiz de alfaiate, de sapateiro, de marceneiro, de ferreiro,
preceptor, tudo com um empenho exímio, que o levará depois a ensinar
esses ofícios a seus "birichini"4 nas escolas profissionais que fundará.
Confiança no sobrenatural
A vida de São João Bosco é um milagre constante. É humanamente
inexplicável como ele conseguiu, sem dinheiro algum, construir escolas,
duas igrejas — uma sendo a célebre Basílica de Nossa Senhora Auxiliadora
— prover de máquinas específicas suas escolas profissionais, nutrir e
vestir mais de 500 rapazes numa época de carestia.
Para Pio XI, "em D. Bosco o sobrenatural havia chegado a ser natural;
o extraordinário, ordinário; e a legenda áurea dos séculos passados,
realidade presente”.
Quando mais ele precisava e menos possibilidade tinha de obter
dinheiro, aparecia algum doador anônimo para lhe dar a exata quantia
necessitada. Mas ele empenhava-se também em promover rifas, leilões e
tudo que pudesse render algum dinheiro para sua obra.
Educador ímpar, e sobretudo eficaz diretor de consciências, vários de
seus meninos morreram em odor de santidade, sendo o mais conhecido
deles São Domingos Sávio. Dom Bosco escreveu-lhe a biografia e a de
vários outros.
Necessitando Dom Bosco de ajuda para seu apostolado incipiente, não
teve dúvidas em ir pedi-la à sua mãe, já entrada na velhice e vivendo
retirada junto ao outro filho e netos. Essa mulher forte pegou alguma
roupa e objetos de que poderia necessitar, e, sem olhar para trás,
seguiu seu filho a pé, nos 30 quilômetros que separavam sua vila de
Turim. Tornou-se ela a mãe de tantos "birichini", aos quais alimentava,
vestia e ainda dava sábios conselhos. Foi seguindo seu costume que seu
filho instituiu as belas Boa Noite, ou palavras edificantes aos meninos
antes de eles irem dormir.
Escrevendo a reis e imperadores
São João Bosco mantinha uma correspondência intensa, escrevendo para
imperadores, reis, nobreza, dirigentes da nação, com uma liberdade que
só os santos podem ter. Assim, transmitiu ao Imperador da Áustria um
recado memorável de Nosso Senhor para que ele se unisse às potências
católicas, a fim de se opor ao poderio crescente da Prússia protestante.
Escreveu também à nossa Princesa Isabel, recomendando-lhe seus
salesianos no Brasil. Ao rei do Piemonte, prestes a tomar medidas contra
a Igreja, alertou-o da morte que reinaria no palácio, caso isso
ocorresse. Como o soberano não voltou atrás, quatro membros da família
real se sucederam no túmulo, em breve espaço de tempo.
São João Bosco morreu em Turim a 31 de janeiro de 1888, sendo canonizado por Pio XI em 1934.
Por Padre ToninhoRamos Prado, sdb, com informações do site Lepanto e do livro "Dom Bosco e os Jovens", de Bosco Terésio.
Acesse o link e veja: Caminnhada pela paz em Frutuoso Gomes:
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Agradeço
Pe Possidio